Princesas [des]Encantadas e Bruxas [Mal] Faladas.


Era uma vez, um lugarzinho no meio do nada com sabor de chocolate, cheiro se terra molhada.

E assim começava o conto de fadas da princesa intocável. Ela era linda, gentil, por que não dizer, espetacular? Era perfeita, ou tentava ser. Mas, ora não a julguemos, ela era inocente, não conhecia a vida e não havia ninguém para mostrar os locais escuros da Terra do Nunca. Não houve bruxa má que a prendesse no alto da torre, ou que a fizesse ter os cabelos mais compridos que um humano já pode ter. Acreditem, ela mesma saía escondido todas as noites e pela manhã voltava e trancava a si mesma na torre, para que ninguém visse seu rosto na promiscuidade diurna.

Espera pelo Príncipe encantado, tão encantado que não existe. Todas as manhãs, cumpria seu papel, dava bons conselhos a seu espelho, pois era o único que acreditava nela. Em uma das noites que saía escondido, usando uma capa protetora, conheceu duas moças. E se encantou. Contou-lhes a respeito do príncipe e disse: "ele há de chegar!". As duas não conteram o riso, e gargalharam. A Princesa decepcionou-se e correu, correu e se escondeu em todos. Mas, não conseguia se esconder das duas, que soube mais tarde, eram bruxas. As duas bruxas más, encapuzadas, escondidas atrás de roupas claras, na verdade eram o que todos tinham medo de ser.

Mas, não deram conselhos, não justificaram, não choraram, não se olharam e não se decepcionaram. Existe a diferença entre a princesa e as bruxas. A diferença é: as bruxas vivem e estão dispostas a queimar na fogueira, queimar no fogo que não lhes queimará e só fará cócegas e a princesa quer a idolatria, os bons modos e o carinho alheio. Vida? Qual será das três que mais viveu? Sobre a capa, escondidas, as três estavam. Mas, não eram as bruxas que todas as manhãs se trancavam na torre, para que todos pensassem que eram meninas puras e inocentes. As bruxas, estavam na rua o dia inteiro, por isso que viessem quantas fogueiras fossem, sempre haverá bruxas e princesas.

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